segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Eleições autárquicas não foram justas e transparentes em Manica


No dia 29 de Dezembro de 2013, o Parlamento Juvenil de Moçambique representação de Manica realizou o debate Radiofónico na Rádio Comunitária Catandica (RCC) que localiza no distrito de Báruè na província de Manica, região Centro de Moçambique. Eis algumas partes deste debate:

 
Majo Joseph  oficial do Programa do Parlamento Juvenil no debate na Radio Catandica
Escrito por: JOHN CHEKWA
 
Rádio Catandica: Porque é que há fraca participação dos jovens moçambicanos na política?

Majo Joseph – Parlamento Juvenil: A fraca participação dos jovens moçambicanos na política deve - se vários motivos tais como medo, falta de informação, ameaças, perseguições por parte dos alguns governantes e detenções ilegais.

No qualquer processo político os jovens não devem servir apenas como telespectadores, ou como beneficiários nas campanhas eleitorais mas sim como participantes tais como candidatos rumo ao desenvolvimento. Num país democrático deve haver inclusão de todos sem nenhuma descriminação e o processo de desenvolvimento deve enquadrar os jovens de ambos sexos incluindo as pessoas com a deficiência.
Rádio Catandica: O Parlamento Juvenil participou como observador nas eleições autárquicas 2013, será que estas eleições foram justas e transparentes?

Majo Joseph – Parlamento Juvenil: Durante o processo das eleições autárquicas houve fraude e violação da lei eleitoral e no município de Catandica notamos que nos locais de votação houve publicidades por exemplo venda e distribuição de maçaroca (símbolo do partido no poder) aos eleitores. Também os líderes e secretários dos bairros fizeram parte dos membros das mesas de votação. Tudo isto é publicidade não deve acontecer.

Rádio Catandica: Como observadores qual é o balanço que faz sobre as eleições autárquicas do dia 20 de Novembro sobre tudo na cidade de Chimoio?

Majo Joseph – Parlamento Juvenil:
Nas eleições autárquicas do dia 20 de Novembro o processo da contagem deixou nos com um ponto de interrogação visto que nas muitas mesas de votação não havia corrente eléctrica, havia muita briga e troca de palavras entre os delegados políticos. Para ter um balanço o Parlamento Juvenil em parceria com Organizações da Sociedade Civil  realizará um encontro para ouvir do próprio povo que votou se estas eleições foram justas ou não?.

Rádio Catandica: Como é que avalia paz em Moçambique?

Majo Joseph – Parlamento Juvenil:
Estamos preocupados porque os jovens continuam a morrer devido tensão política na zona centro na província de Sofala sobretudo em Muxungue, Gorongosa. Deve haver seriedade no diálogo entre a Renamo e o Governo Moçambicano.

Rádio Catandica: No seu ponto de vista porque é que os jovens Moçambicanos já não gostam de participar no Serviço Militar Obrigatório?

Majo Joseph – Parlamento Juvenil:
O Serviço Militar Obrigatório deve abranger todos Moçambicanos incluído filhos dos dirigentes e não apenas os negros. Muitos jovens já não querem participar porque este processo para eles não traga benefícios visto que os participantes deixam os seus estudos nas faculdades para cumprir e quando voltarem ficam desempregados, sentados nos bairros. Por outro lado o Serviço Militar Obrigatório em Moçambique não é profissionalizante e não existe empresas que oferecem emprego aos jovens com habilidades militares. Finalmente o país ficam cheio dos jovens desempregados, treinados militarmente – isto é muito perigoso.
 

 

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Mais de 40 passageiros agastados por cancelamento do voo em Maputo

Por: John Chekwa
passageiros do voo TM204 agastados
Mais de 40 passageiros do voo TM204 da rota Maputo – Chimoio não viajaram neste último Sábado (14) devido ao atraso e cancelamento imediato de voo da companhia Linhas Aéreas de Moçambique (LAM).


Segundo a supervisora da LAM – Paula Nuvunga a viagem foi cancelada devido problemas técnicos daquele voo que devia ter partido as 11h30. Infelizmente os clientes da LAM ficaram mais de 10 horas de tempo à espera daquele voo no aeroporto Internacional de Maputo.

AMEAÇAS DE MORTE AOS JORNALISTAS DAS RÁDIOS COMUNITÁRIAS


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Falta de meios dificulta inclusão dos deficientes visuais no ensino

Por: John Chekwa

Jovem Paito Arone com a sua mãe
A falta de material didáctico e de professores qualificados limitam o acesso dos deficientes visuais à educação no distrito de Báruè, na província central de Manica.
Em Báruè existem 87 estabelecimentos de ensino e três bibliotecas. Nestas não há materiais didácticos, tais como livros em braille e sistema sonoro de comunicação para os deficientes visuais nem professores preparados para ensinar o grupo de pessoas a que nos referimos.

Sobre este problema, a nossa reportagem ouviu um jovem de 18 anos de idade, residente no bairro Sabão, na vila de Catandica, o qual não consegue frequentar um estabelecimento de ensino devido à deficiência visual. Trata-se de Paito Arone, órfão de pai e não sabe ler nem escrever. Segundo a sua mãe, Celestina Joanete, o jovem deixou de frequentar a Escola Primária de Tsuanda por causa da falta de consideração e desprezo por parte dos colegas.

Alguns pais e encarregados de educação residentes na vila de Catandica, também contactados pelo nosso Jornal, defendem que deve haver inclusão das crianças com todo o tipo de deficiência na comunidade.
Roben Mutandacamue, um dos pais e encarregado de educação, disse que para além da falta de condições nas escolas, há os deficientes visuais, físicos, dentre outros, não são valorizados. Este problema acontece também fora dos estabelecimentos de ensino.

Roben Mutandacamue apelou aos líderes religiosos, tradicionais e a outras pessoas da sociedade para que intensifiquem a luta contra o estigma e mandem as crianças com algum deformação física e visual para a instrução.
 
João Ngonhamo, chefe de secretaria no Serviço Distrital da Educação, Juventude e Tecnologia em Báruè, disse-nos que, dentre outros assuntos, a sua instituição está vocacionada para criar condições de integração de alunos com deficiência visual nas escolas.

Rádios comunitárias devem dinamizar o desenvolvimento das comunidades

Por John Chekwa (Textos e Fotos)


O Fórum Nacional das Rádios Comunitárias (FORCOM), uma entidade que defende o papel das estacões radiofónicas comunitárias em Moçambique, apelou para que se produzam programas com impacto nas comunidades e que catapultem o desenvolvimento.
Para a directora executiva deste Fórum, Benilde Nhalivilo, as rádios comunitárias devem igualmente prestar contas e implementar uma boa governação interna. A dirigente fez este pronunciamento na 6ª Assembleia-Geral do FORCOM, que decorreu na última sexta-feira, 06 de Dezembro em curso, da qual participaram mais de 40 rádios e membros do organismo.

 

Má gestão e falta de água prejudicam munícipes em Catandica

Por: John Chekwa (Texto e imagens)

Diariamente, os munícipes da vila de Catandica, na província de Manica, sofrem cortes no abastecimento de água potável, em parte, por causa da má gestão. A nossa reportagem visitou a nascente de rio Tulananga, que fornece este líquido precioso, e contatou as seguintes anomalias: falta de manutenção, má qualidade dos tanques de conservação de água – o que permite desperdícios – ligações clandestinas, tais como canalizações para regar as machambas naquela zona.
Para além destes problemas, há também indicação de baixo nível da nascente para a captação do precioso líquido, principalmente por causa da falta de chuva.
No local constámos, também, que há falta de noções técnicas para a conservação da água, uma vez que a conduta principal a partir da nascente está num lugar (em cima e não em baixo) que não permite um bom funcionamento. Devido aos problemas a que nos referimos, mais 24 mil habitantes do município de Catandica são abastecidos com dificuldades e queixam-se da falta de água.

O vereador da urbanização no município de Catandica, José Armando Zuca, reconheceu a existência dos problemas identificados e que prejudicam sobremaneira o abastecimento normal de água potável naquela autarquia.
Entretanto, o nosso interlocutor desdramatizou o que constatámos na nascente do rio Tulananga, tendo explicado que existe um trabalho contínuo de manutenção e limpeza do local com vista a garantir a disponibilidade normal do preciso líquido. Aliás, José Zuca considerou que a vila de Catandica tem água suficiente para o consumo, mas são necessários fundos para melhorar o sistema de fornecimento.
Refira-se que m Junho deste ano, o município de Catandica recebeu do Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (FIPAG) um material para canalização de água a partir do rio Tulananga, para abastecer quatro bairros numa distância de 2,5 quilómetros. Infelizmente, este trabalho não foi concluído devido à insuficiência da tubagem.
Falta de limpeza do local com vista a garantir a disponibilidade normal do preciso líquido
 
Baixo nível da nascente para a captação do precioso líquido
 
                Má qualidade dos tanques de conservação de água – o que permite desperdícios

Falta de manutenção do sistema - o que permite desperdícios
 
 
Falta de noções técnicas para a conservação da água, uma vez que a conduta principal a partir da nascente está num lugar (em cima e não em baixo) que não permite um bom funcionamento do sistema de abastecimento de água