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Jovem Paito Arone com a sua mãe |
A falta de material didáctico e de professores qualificados
limitam o acesso dos deficientes visuais à educação no distrito de Báruè, na
província central de Manica.
Em Báruè existem 87 estabelecimentos de ensino e
três bibliotecas. Nestas não há materiais didácticos, tais como livros em
braille e sistema sonoro de comunicação para os deficientes visuais nem
professores preparados para ensinar o grupo de pessoas a que nos referimos.Sobre este problema, a nossa reportagem ouviu um jovem de 18 anos de idade, residente no bairro Sabão, na vila de Catandica, o qual não consegue frequentar um estabelecimento de ensino devido à deficiência visual. Trata-se de Paito Arone, órfão de pai e não sabe ler nem escrever. Segundo a sua mãe, Celestina Joanete, o jovem deixou de frequentar a Escola Primária de Tsuanda por causa da falta de consideração e desprezo por parte dos colegas.
Alguns pais e encarregados de educação residentes
na vila de Catandica, também contactados pelo nosso Jornal, defendem que deve
haver inclusão das crianças com todo o tipo de deficiência na comunidade.
Roben Mutandacamue, um dos pais e encarregado de
educação, disse que para além da falta de condições nas escolas, há os
deficientes visuais, físicos, dentre outros, não são valorizados. Este problema
acontece também fora dos estabelecimentos de ensino.
Roben Mutandacamue apelou aos líderes religiosos,
tradicionais e a outras pessoas da sociedade para que intensifiquem a luta
contra o estigma e mandem as crianças com algum deformação física e visual para
a instrução.
João Ngonhamo, chefe de secretaria no Serviço
Distrital da Educação, Juventude e Tecnologia em Báruè, disse-nos que, dentre
outros assuntos, a sua instituição está vocacionada para criar condições de
integração de alunos com deficiência visual nas escolas.
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